Trabalhar com pessoas em que a gente não confia é estressante, o nosso “sistema de alerta” fica sempre ativado descarregando neurotransmissores que nos convidam a “lutar ou fugir” a todo momento. Um ambiente de trabalho em que as pessoas não confiam umas nas outras pode ser devastador, tanto para a saúde mental do indivíduo como para os resultados e entregas da equipe. Os indivíduos que não confiam no seu líder e colegas de trabalho se sentem isolados, excluídos, rejeitados emocionalmente e mais solitários do que os indivíduos que fazem parte de um time em que existe confiança.
A confiança é essencial para o bom desempenho de um líder.
A confiança é a cola da vida. É o ingrediente mais essencial para uma comunicação eficaz. É o princípio fundamental que mantém todos os relacionamentos. Stephen Covey
Como o líder pode conquistar rapidamente a confiança da equipe?
A maioria das pessoas acredita que confiança é algo que é construído com o tempo, mas segundo Ken Blanchard o líder pode construir confiança rapidamente com ações e comportamentos intencionais. Da mesma forma, essa confiança pode ser facilmente perdida com ações e comportamentos que violam a confiança.
Para ele, os comportamentos dos indivíduos em que se pode confiar, são compostos por quatro elementos que estão presentes no “Modelo ABCD da Confiança”: apto, crível, conectado e confiável (do inglês Able, Believable, Connected, and Dependable).
Apto – O líder deve ter competência e estar apto a assumir o cargo. É claro que o líder não sabe tudo, mas precisa ser capaz de demonstrar que tem capacidade para lidar com os desafios sob a sua responsabilidade. Se o líder não demonstra competência, a equipe não vai confiar nele. Alguns exemplos que ilustram esse elemento são: resultados de qualidade, resolução de problemas, é bom no que faz, usa suas habilidades para ajudar os outros, esforça-se para ser o melhor que pode.
Crível – esse elemento está associado a credibilidade e integridade. O líder precisa ser honesto e suas ações devem refletir os seus valores e aquilo que ele acredita. Ninguém confia mais no líder que tem a filosofia do “faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço”, o líder deve ser congruente nas suas ações. Precisa ser honesto consigo e com os outros. Alguns exemplos são: cumprir o que promete, respeitar os outros, admitir quando está errado.
Conectado – o líder precisa cuidar das pessoas e se importar verdadeiramente com elas, quando ele está genuinamente interessado nas pessoas ele está conectado ao seu ambiente. O líder conectado é capaz de ouvir bem os liderados, têm boas habilidades de comunicação e contribiu para um ambiente de trabalho agradável. Alguns exemplos de um líder conectado incluem: escuta ativa, demonstra interesse pelas pessoas, é vulnerável, tem empatia.
Confiável – ser confiável é o quarto elemento do modelo. Um líder confiável é aquele que constroi uma reputação consistente, que tem autorresponsabilidade, é organizado.
Se por um lado esses 4 elementos constroem a linguagem da confiança, por outro lado, alguns comportamentos podem afetar essa confiança e colocar tudo a perder.
Não estou cha teado porque você mentiu para mim, estou chateado porque de agora em diante não posso acreditar em você. Friedrich Nietzsche
Para Blanchard, a baixa confiança pode estar relacionada a:
Um indivíduo que assume o crédito pelo trabalho do outro;
Um indivíduo que transfere a culpa ou responsabilidade para outro;
Um indivíduo que tem um comportamento inconsistente ou não confiável;
Um individuo que não cumpre com as suas obrigações;
Um individuo que mente ou trapaceia;
Um indivíduo que espalha fofocas e boatos;
Um indivíduo que não recompensa ou reconhece as realizações dos outros;
Um indivíduo que retém informações importantes para o outro.
Cabe ao líder refletir sobre os seus próprios comportamentos e garantir que no seu time as pessoas confiem não só nele mas em todos os demais membros.
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